Amor é que se aprende no limite
Depois de arquivar toda ciência
Herdada, ouvida. Amor começa tarde
Diálogo com semelhante
Eu preparo uma canção em
que minha mãe se reconheça
Todas as mães se reconheçam
E que fale como dois olhos
Diálogo com o diferente
João amava Teresa que amava
Raimundo que amava Maria
Que amava Lili
Que não ama ninguém
Diálogo com om indiferente
E ninguém respondendo
Nenhum gesto de abrir
Diálogo com o oposto
Sou eu não sou eu?
Sou eu ou sou você
Diálogo com o adversário
Sai do cavalo de pau
Para matar seu irmão
Matei, brigamos , morremos
Diálogo com o surdo-mudo
Está morto que importa?
Inda madruga
Diálogo com o possesso
E tudo que descobri
Amei
Detestei
Papel
Diálogo com o irracional
Sua cor é sem cor Seu andar de todas as
mulas de Minas,não tem idade.
Um do sempre um do antes
é o leite,cumprindo ordem do pasto.
Diálogo com o vegetal
Rosas
E todas as rimas
Rosas
E o perfume todo.
Diálogo com o mineral
Britada em milhões de lascas
Deslizando em carreira transportadora
Entupiu 150 vagões.
Diálogo com o inominado
Seu andar, o andar de todas as mulas,
de Minas, não tem idade, vem do sempre
Diálogo consigo mesmo
Quero me casar
Na noite, na rua,
No mar ou no Céu
quero me casar.
Diálogo com a noite
Tanto tempo perdido
Porém nada dizer.
Diálogo com os astros
A lua gorda apareceu
E clareou o brejo todo
A lua sabe o coro.
Diálogo com os mortos
Porque morreu aquele irmão
Que a pouco brincava no quarto
Sem qualquer signo na testa.
Diálogo com as ideias
Gastei uma hora pensando no verso
Que a pena não quer escrever
Diálogo com os sonhos
A falta que fazes
Não é tanto q hora de dormi quando dizias.
Deus te abençoe e a noite abria em sonhos.
Diálogo com o passado
Este retrato de família
Está um tanto empoeirado
Já não se vê no rosto do pai
Quanto dinheiro ele ganhou
Diálogo com o mais que futuro
Como viver o mundo
Em termo de esperança?
E que palavra é essa?
Que a vida não alcança.
Escolhe teu diálogo
O beijo é flor
N o canteiro
O desejo na boca
Escolhe tua melhor palavra
Tanto beijo nascendo
É colhido N a calma do jardim
Escolhe teu melhor silêncio
Está morto quem importa?Inda madruga
E seu rosto nem triste nem risonho
É o rosto antigo o mesmo.
E não enxuga
Suor algum
Na calma do meu sonho.
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